fbpx
Continua após a publicidade
Continua após a publicidade

Pai nosso que estais nos céus, santificado seja o vosso nosso; venha nós o vosso reino, seja feita a vossa vontade, assim na terra como no céu; o pão nosso de cada dia nos dais hoje; perdoai-nos as nossas ofensas, assim como perdoamos a quem nos tem ofendido; e não nos deixeis cair em tentação mas livrai-nos do mal. Amém

A oração do Pai nosso é sem dúvida nenhuma a principal fórmula de oração cristã. Ela é de suma importância, pois nos foi dada pelo próprio Jesus Cristo. Ou seja o próprio Deus, como Verbo encarnado, nos mostra a maneira correta e eficiente de orar.
Por isso, o Pai nosso é chamado de oração dominical, ou seja, oração do Senhor.
Cristo, como Verbo Encarnado, sabe exatamente das necessidades dos seus irmãos e irmãs humanas. E como Filho de Deus nos ensina esta oração. Mas Cristo não quer que repitamos esta oração maquinalmente. Ela deve ser proferida com humildade e confiança com o auxilio do Espírito Santo.
O Pai nosso é realmente o resumo de todo o Evangelho. Depois de nos ter legado esta fórmula de oração, o Senhor acrescentou: “Pedi e vos será dado” (Lc 11,9). Cada qual pode, portanto, dirigir ao céu diversas orações conforme as suas necessidades, mas começando sempre pela oração do Senhor, que permanece a oração fundamental.
Percorrendo todas as orações das Escrituras, é difícil encontrar nelas algo que já não esteja incluído no Pai Nosso.
São Tomás de Aquino já dizia: “A oração dominical é a mais perfeita das orações… Nela não só pedimos tudo quanto podemos desejar corretamente, mas ainda segundo a ordem em que convém desejá-lo. De modo que esta oração não só nos ensina a pedir, mas ordena também os nossos afetos.”

* Pai nosso – logo no início da oração do Senhor nos é dada uma revelação essencial. Deus em seu infinito Amor nos adota como seus filhos. E nos ensina a rezar não só por nós mesmos, mas pelos nossos irmãos, por toda a comunidade. Pois nós não rezamos “Meu Pai” e sim “Pai Nosso”. Ao chamar Deus de Pai, estamos reconhecendo que ele é a fonte da vida, o poder supremo, a misericórdia infinita; que nos fiamos nele e dele esperamos tudo; que nossas relações com ele sejam filiais, cheias de amor e de respeito. A palavra “pai” fala, por si mesma, de amor, e quando se refere a Deus, fala de seu amor infinito para conosco, por ele demonstrado ao entregar seu Filho único para a salvação do mundo (IJo 4,1-11). E como é um bom pai, dá-nos aquilo de que necessitamos, satisfaz nossos caprichos, suporta nossas impertinências e compreende nossas fraquezas, dizia Santa Teresa de Jesus: “Sendo pai, há de nos tolerar, por graves que sejam as ofensas. Se voltarmos para ele, como o filho pródigo, há de nos perdoar, há de nos consolar…, há de nos presentear, há de nos sustentar”. Se a palavra “Pai” nos fala do amor a Deus, a palavra “nosso” fala-nos do amor ao próximo. O Pai-nosso é a oração dos filhos e dos irmãos. Somente partindo do amor é que podemos recitar o Pai-nosso.

Continua após a publicidade

* … que estás nos céus – esta parte nos dá a entender que Deus não está especificamente em um lugar material, mas Ele está além de tudo. Ou seja, nos dá a idéia da transcendência de Deus. Deus não está circunscrito a um lugar concreto. Está em todos os lugares como nos revela o salmo 139, 8-10: “ Se escalo o céu, aí tu estás; se me deito no abismo, aí estás. Se eu me transladar até a orla da aurora ou me instalar nos confins do mar, aí tua esquerda se apóia em mim e tua direita me agarra”. Está em nós mesmos, e sequer o vemos, porque é “o Deus escondido” (Is 45,15), que há de ser procurado e descoberto. E se não o descobrimos em nós mesmos, é porque não o descobrimos antes nos irmãos. Por esse motivo, somente rezaremos bem o “Pai nosso que estás nos céus”, se praticarmos o “Pai nosso que estás na terra: entre nós”. Deus está aqui, a nosso lado, não esta além das estrelas.
… Que estás nos céus
Conduz-nos pela mão e na obscura
solidão da noite te chamamos
e, sem saber teu nome, nomeamos-te,
perdidos entre o prazer e a amargura.
Não sabemos teu nome e sonhamos contigo,
mais íntimo a nós que a pura
transparência do ar, e a tua ternura
é nossa sede de amor quando choramos.
Se estamos assim perdidos, e a brisa
apenas murmura teu nome celeste,
tão suave como seda ou veludo,
Deixa que o homem grite em sua esperança,
como uma criança movida por teu sorriso,
Pai nosso, que habitas no céu. ( V. Sanchez Pinto).

* Santificado seja o vosso Nome – nesta passagem reconhecemos a Santidade de Deus, e queremos que todo mundo o trate de maneira santa, como o Único que santifica e que é Santo por natureza. Para isto devemos igualmente caminhar no sentido de nossa santificação, pois como Ele mesmo disse: “Sede santos, porque eu vosso Deus, sou santo” (Lv 19,2). Jesus também nos comunica isto em outra passagem: “Sede, portanto, perfeitos como vosso Pai do céu é perfeito” (Mt 5,48).  Santificar o nome é reconhecer a Deus como criador do mundo e Senhor da história, reconhecê-lo e acatá-lo como o único Senhor soberano, cumprir o primeiro mandamento da lei, o direito de Deus a ser o “único”, direito absoluto, indeclinável, intangível, constitutivo da própria essência de Deus; por isso mesmo, direito sagrado, irrenunciável. O homem não pode construir para si outros deuses, porque esses não são deuses, são ídolos, ou seja, a vacuidade, o nada. O maior perigo para o homem é cair no nada, no vazio; ou, então, estar acorrentado por esses falsos deuses do dinheiro, consumismo, a vaidade e a morbidez que a sociedade apresenta à nossa adoração. Pedimos que o mundo tome consciência de que Deus é Deus de que não existe outro.

* Venha a nós o Vosso Reino – quando pedimos que venha o Reino, estamos pedindo algo que afeta substancialmente nosssas vidas, algo que interessa a nós, e não a Deus. Para Deus nada pedimos, porque, além do mais, ele não tem necessidade de nada; pedimo-lo para nós, para nossa felicidade temporal e eterna. Santo Agostinho dizia; “ ao fazer esse pedido, não rogamos por Deus, e sim por nós (pois dizemos ‘venha teu Reino’ no sentido de que Deus comece a reinar); direi, outrossim, que seremos nós seu Reino, se, crendo nele, tirarmos proveito dele. Todo os fiéis redimidos com o sangue do Unigênito serão o reino de Deus”.
“O Reino crescerá à medida que cada homem aprenda a dirigir-se a Deus como Pai, na intimidade da oração (Mt 23,9), e se esforce por cumprir sua vontade” (Rm 13).
O posto central da súplica pela ‘vinda do reinado’ do Pai, com relação às três primeiras súplicas de louvor, corresponde ao posto de destaque ocupado pela catequese sobre o Reino no vasto contexto literário do Sermão da Montanha e, em geral, de todo Evangelho de Mateus. Não de se estranhar, pois, que determine o significado não apenas da primeira e terceira súplicas, mas também das três últimas petições. Estas, com efeito rogam ao ‘Pai celestial’ por aqueles dons necessários (o pão cotidiano, o perdão das dívidas, a preservação de sucumbir à tentação e a libertação do ‘maligno’ tentador) para, na obediente e filial submissão à sua vontade, aceitar seu senhorio ou permitir que a eles ‘venha seu reinado’, com o que seu ‘nome’ é glorificado. A súplica pela ‘vinda do reinado’ constitui, pois, o foco central do Pai-nosso. Aqui pedimos que o Reino de Deus, à volta de Cristo, no fim dos tempos, venha mais rápido. Pois nesse momento a glória de Deus se manifestará a todos e os Justos verão a Sua Face. E da mesma forma que esperamos o fim dos tempos, tentamos realizar o Reino de Deus, pelo menos parcialmente, aqui na Terra; pois “o Reino de Deus é justiça, paz e alegria no Espírito Santo” (Rm 14,17).

Continua após a publicidade

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *